DESTAQUE

PÁSCOA 2023 - cartaz e pensamento

 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

4 PROPOSTAS PARA A QUARESMA 2020 NAS PAROQUIAS DE ALVADOS, MIRA DE AIRE E SÃO BENTO


Quaresma 2020

‘’Reconciliai-vos com Deus’
Extracto da Mensagem Quaresmal  do Papa Francisco

“Nesta Quaresma de 2020, quero estender a todos os cristãos o mesmo que escrevi aos jovens na Exortação apostólica Christus vivit: «Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo… 
Quanto mais nos deixarmos envolver pela sua Palavra (de Deus), tanto mais conseguiremos experimentar a sua misericórdia gratuita por nós. Portanto não deixemos passar em vão este tempo de graça, na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nossa conversão a Ele...
Colocar o Mistério pascal no centro da vida significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado presentes nas inúmeras vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria.”
GESTOS CONCRETOS E ACÇÕES PARA A QUARESMA
(quatro propostas):
1.    RETIRO POPULAR
Com já vem sendo um bom hábito, eis um instrumento à disposição de cada cristão que deseje, para valorizar a leitura orante da Palavra de Deus, em grupo (ou até individualmente). A grelha com os vários grupos estará exposta na entrada da Igreja e qualquer um pode associar-se a um desses grupos de reflexão e partilha. Há guiões de apoio nos lugares habituais das igrejas.

2.    RENÚNCIA QUARESMAL
Eis um modo de partilhar com uma acção concreta, proposta pelo nosso bispo. Diz ele na sua carta para a Quaresma: A coleta desta renúncia na nossa diocese será canalizada para a Diocese de Tete, em Moçambique, cujo bispo, D. Diamantino Antunes, é missionário da Consolata e natural de Albergaria dos Doze. A diocese tem uma superfície de 100.724km2, maior que Portugal, com uma população de 3.764.169 habitantes, dos quais só 23% são católicos. É uma diocese pobre, carente de recursos humanos e materiais para a obra de evangelização. Demos, pois, um testemunho forte de generosidade na partilha!A maneira habitual de realizar este gesto, passa pelo retirar do envelope 'próprio' existente nas entradas das igrejas, fazer alguma renúncia de valor pecuniário - pensando na intenção que é sugerida - e devolver o envelope, com o valor da renúncia, no ofertório das missas do domingo de Ramos. Como já sabemos não importa tanto o quanto se dá, mas a 'verdade' da renúncia (que significa pensar nos que tem mais necessidade e podem ser ajudados por nós, pouco ou muito)
3.    24 HORAS PARA O SENHOR
Repropõe-se, a partir da sugestão do Papa Francisco, a iniciativa “24 horas para o Senhor”. A adesão das comunidades tem sido ‘surpreendentemente’ bela, envolvendo grupos existentes e outros que se formam ‘ad hoc’. Para isso basta que, com seriedade, queiram 'responsabilizar-se' por 1 hora diante do Santíssimo, na Igreja de Mira de Aire. das 18h do dia 20 às 18h do dia 21 de Março. Assinalem já a vossa hora na grelha existente no Cartório (ou na sacristia). 

4.    PEREGRINAÇÃO DIOCESANA A FÁTIMA
No dia 29 de Março. Nesse domingo, não haverá as missas habituais, pois o nosso bispo diz-nos ‘convido todos a participar e, de modo particular, os jovens’.  E eu acrescento: que adiram os jovens e seus pais e muitos das comunidades paroquiais.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

MENSAGEM SANTO PADRE PARA A QUARESMA 2020


Com o sentido de ajudar a sintonizar-nos com o tempo que estamos a iniciar pode ser bom e útil ler e meditar o texto a seguir.
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Mensagem do Santo Padre para a Quaresma de 2020

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 20
20

«Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)

Queridos irmãos e irmãs!

O Senhor concede-nos, também neste ano, um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, perne da vida cristã pessoal e comunitária. Com a mente e o coração, devemos voltar continuamente a este Mistério. Com efeito, o mesmo não cessa de crescer em nós na medida em que nos deixarmos envolver pelo seu dinamismo espiritual e aderirmos a ele com uma resposta livre e generosa.

  1. O Mistério pascal, fundamento da conversão

A alegria do cristão brota da escuta e receção da Boa Nova da morte e ressurreição de Jesus: o kerygma. Este compendia o Mistério dum amor «tão real, tão verdadeiro, tão concreto, que nos proporciona uma relação cheia de diálogo sincero e fecundo» (Francisco, Exort. ap. Christus vivit, 117). Quem crê neste anúncio rejeita a mentira de que a nossa vida teria origem em nós mesmos, quando na realidade nasce do amor de Deus Pai, da sua vontade de dar vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Se, pelo contrário, se presta ouvidos à voz persuasora do «pai da mentira» (Jo 8, 44), corre-se o risco de precipitar no abismo do absurdo, experimentando o inferno já aqui na terra, como infelizmente dão testemunho muitos acontecimentos dramáticos da experiência humana pessoal e coletiva.

Por isso, nesta Quaresma de 2020, quero estender a todos os cristãos o mesmo que escrevi aos jovens na Exortação apostólica Christus vivit: «Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo» (n. 123). A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas passoas que sofrem.

2. Urgência da conversão

É salutar uma contemplação mais profunda do Mistério pascal, em virtude do qual nos foi concedida a misericórdia de Deus. Com efeito, a experiência da misericórdia só é possível «face a face» com o Senhor crucificado e ressuscitado, «que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gl 2, 20). Um diálogo coração a coração, de amigo a amigo. Por isso mesmo, é tão importante a oração no tempo quaresmal. Antes de ser um dever, esta expressa a necessidade de corresponder ao amor de Deus, que sempre nos precede e sustenta. De facto, o cristão reza ciente da sua indignidade de ser amado. A oração poderá assumir formas diferentes, mas o que conta verdadeiramente aos olhos de Deus é que ela escave dentro de nós, chegando a romper a dureza do nosso coração, para o converter cada vez mais a Ele e à sua vontade.

Por isso, neste tempo favorável, deixemo-nos conduzir como Israel ao deserto (cf. Os 2, 16), para podermos finalmente ouvir a voz do nosso Esposo, deixando-a ressoar em nós com maior profundidade e disponibilidade. Quanto mais nos deixarmos envolver pela sua Palavra, tanto mais conseguiremos experimentar a sua misericórdia gratuita por nós. Portanto não deixemos passar em vão este tempo de graça, na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nossa conversão a Ele.

3. A vontade apaixonada que Deus tem de dialogar com os seus filhos

O facto de o Senhor nos proporcionar uma vez mais um tempo favorável para a nossa conversão, não devemos jamais dá-lo como garantido. Esta nova oportunidade deveria suscitar em nós um sentido de gratidão e sacudir-nos do nosso torpor. Não obstante a presença do mal, por vezes até dramática, tanto na nossa existência como na vida da Igreja e do mundo, este período que nos é oferecido para uma mudança de rumo manifesta a vontade tenaz de Deus de não interromper o diálogo de salvação connosco. Em Jesus crucificado, que Deus «fez pecado por nós» (2 Cor 5, 21), esta vontade chegou ao ponto de fazer recair sobre o seu Filho todos os nossos pecados, como se houvesse – segundo o Papa Bento XVI – um «virar-se de Deus contra Si próprio» (Enc. Deus caritas est, 12). De facto, Deus ama também os seus inimigos (cf. Mt 5, 43-48).

O diálogo que Deus quer estabelecer com cada homem, por meio do Mistério pascal do seu Filho, não é como o diálogo atribuído aos habitantes de Atenas, que «não passavam o tempo noutra coisa senão a dizer ou a escutar as últimas novidades» (At 17, 21). Este tipo de conversa, ditado por uma curiosidade vazia e superficial, carateriza a mundanidade de todos os tempos e, hoje em dia, pode insinuar-se também num uso pervertido dos meios de comunicação.

4. Uma riqueza que deve ser partilhada, e não acumulada só para si mesmo

Colocar o Mistério pascal no centro da vida significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado presentes nas inúmeras vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria.

Também hoje é importante chamar os homens e mulheres de boa vontade à partilha dos seus bens com os mais necessitados através da esmola, como forma de participação pessoal na edificação dum mundo mais justo. A partilha, na caridade, torna o homem mais humano; com a acumulação, corre o risco de embrutecer, fechado no seu egoísmo. Podemos e devemos ir mais além, considerando as dimensões estruturais da economia. Por este motivo, na Quaresma de 2020 – mais concretamente, de 26 a 28 de março –, convoquei para Assis jovens economistas, empreendedores e transformativos, com o objetivo de contribuir para delinear uma economia mais justa e inclusiva do que a atual. Como várias vezes se referiu no magistério da Igreja, a política é uma forma eminente de caridade (cf. Pio XI, Discurso à FUCI, 18/XII/1927). E sê-lo-á igualmente ocupar-se da economia com o mesmo espírito evangélico, que é o espírito das Bem-aventuranças.

Invoco a intercessão de Maria Santíssima sobre a próxima Quaresma, para que acolhamos o apelo a deixar-nos reconciliar com Deus, fixemos o olhar do coração no Mistério pascal e nos convertamos a um diálogo aberto e sincero com Deus. Assim, poderemos tornar-nos aquilo que Cristo diz dos seus discípulos: sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5, 13.14).

Roma, em São João de Latrão, 7 de outubro de 2019,
Memória de Nossa Senhora do Rosário.

COLHEITA DE SANGUE - Mira de Aire


sábado, 22 de fevereiro de 2020

CINZAS - quarta-feira


CINZAS 



Se fores à missa na Quarta-Feira de Cinzas (26 de fevereiro), vais participar numa cerimónia muito interessante. É a imposição das cinzas em todas as pessoas. Trata-se de um sinal muito interessante, que só acontece uma vez por ano.
O sacerdote vai colocar-te um pouco de cinza sobre a cabeça e dizer: «Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar.» Ou então: «Arrepende-te e acredita no Evangelho.»
Sabes o que significam as cinzas? Em muitos passos bíblicos, o arrependimento é expresso com este gesto de lançar cinzas sobre a cabeça, ou então dormir sobre ela (Jn 3,6 r Jt 4,11). A cinza é também um sinal da fragilidade e da pequenez do homem.
Assim, a liturgia quer que te recordes de como podemos ser fracos e de como é necessário estarmos sempre atentos e sempre em processo de reconstrução interior.

VII DOMINGO COMUM A - A partir da Palavra

VII TC: «… Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover...» - Ano A

“Por nós mesmos aqui presentes na casa de Deus, para que olhemos todos os homens como amigos e saibamos perdoar a quem nos ofende…”
Amar é o que faz com que o sol seja quente e a chuva nos lave a Alma!
Aqueles que não se amam, aqueles que não amam os outros, aqueles que vivem longe do amor,
sentem apenas as injustiças e não são capazes de agradecer o nascer do Sol!
O perdão é o caminho que nos aproxima do Amor infinito e nos abre o peito para horizontes mais sábios e profundos.
É preciso agarrar o calor que vem de Deus para sentir amor e depois aprender a amar… 
O que impede cada um de nós de Amar o outro, é a falta de Amor que temos por nós próprios.
Aquele que não se ama, é incapaz de amar quem quer seja!
«Amarás o teu próximo como a ti mesmo.»O desamor é visível quando nos afastamos do Pai. Quando Deus já não faz parte do nosso dia-a-dia.
Quando nos sentimos maiores do que qualquer semelhante, que habita a terra.
«Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem.»
“A Vida é para Ser vivida!” Dizemos à boca cheia e sem qualquer pudor.
O preceito do Ser Humano que é também criatura de Deus, já não faz parte do plano que a humanidade traça para si.
«Porque o templo de Deus é santo, e vós sois esse templo.»Quem quer Ser Santo? Quem quer Ser perfeito?
Quem quer observar a voz de Deus e agarra-La como única forma de vida? 
Hoje, a liturgia do 7º domingo do Tempo Comum, do Ano A, Ama-nos!
A certeza de que somos os Filhos mais queridos de Deus é-nos apresentada com exemplos concretos e sem dúvidas.
Vem em forma de pedido… vem ao jeito de uma ordem que não quer ser imposição:
«Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus;»
Até nos dá arrepios pensarmos em rezar por alguém que nos provoca qualquer tipo de infelicidade…
A verdade é que não quero amar quem não me ama…
Perdoar alguém que na primeira oportunidade é capaz de nos atraiçoar, é carta fora do baralho!
Não sou Cristo!” “Cristo já sofreu tudo por nós e não temos de sofrer mais!” …
Estas máximas inundam-nos a Vida e descartam a nossa responsabilidade de aprendermos o que é perdoar e
o que é viver mesmo, de Alma e coração, como o Mestre nos ensina!
Já não há Amor!
Amar é sinónimo de querer o sorriso do outro sempre estampado na sua face.
Amar é entrar na Casa de Deus e sentir que o Templo do Pai somos nós e que Ele está sempre connosco.
Amar é colocar cada minuto do nosso dia na balança para pesarmos as palavras que dissemos,
para sentirmos as atitudes que tomamos, para ficarmos mais felizes! 
Lembra-te:
Sempre que alguém te provocar qualquer tipo de dor
tenta extrair o mal do momento, enviar para análise
e reagir como queres que reajam contigo, quando provocares dor nos outros!
Dá o perdão! Aceita o Perdão! e… mantem o teu coração imaculado, sem macha… 
Hoje, a tua Missão é aprender a Amar.
Primeiro ama-te e depois vai amar os que partilham este mundo contigo.
Acredita! Acredita que «serás perfeito, como o teu Pai celeste é perfeito!»e assim… o sol nascerá para todos sem distinção e a chuva será uma bênção que nos provoca gargalhadas sem fim!

Liliana Dinis

MENSAGEM QUARESMAL de Dom António Marto, bispo Leiria-Fátima


Mensagem Quaresma 2020

Ir à fonte da renovação

Refª: CE2020B-002
Caríssimos Diocesanos,
Com a Quaresma entramos num grande tempo de renovação da nossa vida espiritual pessoal e comunitária. Estes quarenta dias são-nos oferecidos para nos aproximarmos mais intimamente de Deus, escutar mais atentamente a sua Palavra, acolher mais sinceramente o seu amor, sentir mais profundamente a sua presença, amar mais generosamente o próximo ao jeito de Jesus. Em síntese, para melhor celebrarmos a festa das festas, a Páscoa de Cristo, e nos reencontrarmos com o Senhor, fonte da nossa vida cristã.

Ir à fonte da nossa renovação: contemplar os braços abertos de Cristo crucificado
O Papa Francisco, na sua mensagem, propõe-nos ir à fonte permanente da renovação da nossa fé e da vida com Cristo. Para isso indica-nos a meta, que é simultaneamente caminho a percorrer, com a exortação de S. Paulo “Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus” (2 Cor 5, 20). É um apelo a cada um a fazer, na sua história pessoal, uma experiência do amor imenso e misericordioso de Deus manifestado na cruz e na ressurreição de Jesus.
Por isso o Papa convida-nos a fixar o olhar do coração na contemplação do Crucificado: “Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo» (CV n. 123). É este amor eterno, santo e misericordioso que nos precede, nos habita, nos acompanha, nos sustenta e nos renova.

Conversão pela escuta da Palavra e pelo diálogo da oração
Este amor de Cristo por nós pede ser acolhido e cultivado num diálogo “de coração a coração, de amigo a amigo” que é a oração. Por isso, o tempo da quaresma é caraterizado pela oração mais intensa capaz de romper a dureza do nosso coração e criar maior abertura e disponibilidade à conversão e à sua santa vontade. De igual modo, a leitura orante da Palavra de Deus em que a escutamos, acolhemos como palavra de vida e salvação e respondemos cumprindo-a na nossa vida quotidiana.
Para a prática da oração, além de outras formas ao gosto de cada um e das famílias, propomos e recomendamos novamente a todo o povo de Deus o retiro popular, segundo o método da leitura orante da Palavra de Deus, com o opúsculo “Chamados e enviados pelo Senhor”.
Além disso, recomendo a iniciativa “24 horas para o Senhor”, a concretizar nos dias 20 e 21 de março, sexta-feira e sábado, ao cuidado das paróquias, vigararias e outras comunidades. Aproveitemos esta oportunidade para organizar momentos de oração e adoração eucarística e para celebrar o sacramento da Reconciliação.

Testemunho de respeito pela vida e de solidariedade com os necessitados
A vivência da quaresma no horizonte da celebração da Páscoa de Cristo não nos separa do testemunho no mundo. Há duas afirmações muito fortes e de premente atualidade na mensagem do Papa nesta perspetiva. A primeira refere-se ao amor, respeito e proteção da vida da pessoa humana e da natureza: “Colocar o Mistério pascal no centro da vida significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado presentes nas inúmeras vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria”.
A segunda afirmação refere-se à solidariedade e partilha com os irmãos mais necessitados; “Também hoje é importante chamar os homens e mulheres de boa vontade à partilha dos seus bens com os mais necessitados como forma de participação na edificação dum mundo mais justo. A partilha, na caridade, torna o homem mais humano; com a acumulação, corre o risco de embrutecer, fechado no seu egoísmo”.
Um sinal neste sentido é a chamada renúncia quaresmal. A coleta desta renúncia na nossa diocese será canalizada para a Diocese de Tete, em Moçambique, cujo bispo, D. Diamantino Antunes, é missionário da Consolata e natural de Albergaria dos Doze. A diocese tem uma superfície de 100.724km2, maior que Portugal, com uma população de 3.764.169 habitantes, dos quais só 23% são católicos. É uma diocese pobre, carente de recursos humanos e materiais para a obra de evangelização. Demos, pois, um testemunho forte de generosidade na partilha!

Protagonismo dos Jovens
Todos sabemos que a mais bela juventude do mundo é a do coração e do espírito. Para essa não conta a idade. Porém, neste ano pastoral dedicado aos jovens será bom reforçar os laços com eles, reconhecendo e solicitando o seu protagonismo na caminhada quaresmal. Podemos pedir-lhes que nos proponham viver um aspeto da quaresma. Se eles animam um tempo de oração, estejamos presentes; se organizam uma ação de partilha, apoiemo-los.
Esta atenção aos jovens exprime a atenção duma Igreja fiel a Cristo que é chamada a ser “casa” em que crianças, jovens e adultos comungam na mesma vida e no mesmo amor de Cristo ressuscitado.

Ao encontro de Cristo com Maria e Jacinta Marto
A Quaresma conduz-nos ao encontro com Cristo Ressuscitado. Nesta perspetiva se insere a peregrinação diocesana a Fátima, no quinto domingo da quaresma, dia 29 de março. Convido todos a participarem e, de modo particular, os jovens. Em consonância com o programa pastoral, peregrinaremos sob o lema “Ao encontro de Cristo com Maria e Jacinta Marto”. Este ano incluímos a memória desta pastorinha de Fátima, porque comemoramos o centenário da sua morte. Será um momento particular de graça para contemplar Cristo com Maria e com o exemplo do pequena Jacinta, que Nossa Senhora conduziu ao amor para com Jesus presente na Eucaristia e à compaixão e à solidariedade com os sofredores e com os pecadores mais necessitados da misericórdia de Deus. Ela também nos ajuda hoje no caminho da conversão para que as nossas comunidades cresçam numa fé mais viva e num espírito mais missionário, recebendo e irradiando a alegria do encontro com Cristo na Páscoa da ressurreição e a consolação da sua misericórdia aos que sofrem!
A todos os diocesanos desejo uma santa e alegre Quaresma a caminho da Páscoa!

Leiria, 21 de fevereiro de 2020.
† Cardeal António Marto, Bispo de Leiria-Fátima