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PÁSCOA 2023 - cartaz e pensamento

 

sábado, 16 de março de 2019

II QUARESMA - A Transfiguração


Quem ora transforma-se naquele que contempla
A propósito da ‘Transfiguração’
Jesus toma consigo Pedro, João e Tiago, e sobre com eles a um monte para orar (cf. Lucas 9,28-36). A montanha é terra que se faz vertical, a mais próxima do céu, onde pousam os pés de Deus, diz o profeta Amós. Os montes são dedos apontados para o mistério e a profundidade do cosmo, para o infinito, são a terra que penetra no céu.
Jesus sobe para orar. A oração é precisamente penetrar no coração de luz de Deus. E descobrir que somos todos mendigos de luz. Segundo uma parábola hebraica, Adão, no princípio, estava revestido por uma pele de luz, era o seu confim de céu. Depois, após o pecado, a túnica de luz foi coberta por uma túnica de pele. Quando chegar o Messias, a túnica de luz emergirá de novo, de dentro do homem finalmente nascido, dado à luz.
Enquanto orava, o rosto de Jesus mudou de aspeto. Orar transforma: tornas-te naquele que contemplas, naquele que escutas, naquilo que amas, tornas-te como Aquele a quem oras. Palavra de Salmo: «Olhai para Deus e ficareis radiantes» (34,6).
Olham-no os três discípulos, emocionam-se, estão aturdidos, puderam lançar um olhar para o abismo de Deus. Um Deus a fruir, um Deus a maravilhar, e que em cada filho semeou uma grande beleza. Rabi, que belo estar aqui! Façamos três tendas. Estão debaixo do sol de Deus, e o entusiasmo de Pedro, a sua exclamação siderada – que belo! – fazem-nos compreender que a fé, para ser pão, para ser vigorosa, deve descender de um espanto, de um enamoramento, de um «que belo!» gritado a plenos pulmões.
É belo estar aqui. Aqui estamos em casa, fora daqui estamos sempre fora de lugar; fora daqui não é belo, aqui apareceu a beleza de Deus e a do rosto alto e puro do ser humano. Por isso, «temos de desviar o significado de toda a catequese, de toda a moral, de toda a fé: deixar de dizer que a fé é coisa justa, santa, obrigatória (e mortalmente aborrecida, acrescentam muitos), e começar a dizer uma outra coisa: Deus é belíssimo» (H.U.von Balthasar).
Mas como todas as coisas belas, a visão não foi mais que a flecha de um instante: vem uma nuvem, e da nuvem uma voz. Só por duas vezes o Pai fala no Evangelho: no Batismo e sobre o monte. Para dizer: é o meu Filho, amo-o. Agora acrescenta um mandamento novo: escutai-o.
O Pai toma a palavra, mas para desaparecer por trás da palavra do Filho: escutai-o. A religião judaico-cristã funda-se na escuta, e não na visão. Sobes ao monte para ver o Rosto e és redirecionado para a escuta da Voz. Desces do monte e fica na tua memória o eco da última palavra: escutai-o. O mistério de Deus está agora todo dentro de Jesus, a Voz que se tornou Rosto, o visível falar do Pai; dentro de Jesus: beleza do viver oculto, como uma gota de luz, no coração vivo de todas as coisas. 
Ermes Ronchi 

TURQUIA - VIAGEM PAROQUIAL (19 a 26 Agosto)

 Propõe-se uma viagem que, a quem já teve a possibilidade de a realizar, deixa marcas fortes e inesquecíveis... pela beleza, pela história, pela arte, pelas maravilhas aí existentes... 
A data limite para avaliar a possibilidade de realização será 31 de Maio e depende das inscrições existentes até lá!
Quem tiver interesse e gosto deve fazer a sua inscrição  junto de um dos sacerdotes e (ou) na Agência de Viagens.
Pode-se encontrar programa da viagem (impresso e os custos) e informações no Cartório paroquial de Mira de Aire.
A ficha de inscrição deve ser entregue em mão a um dos sacerdotes.





II DOMINGO QUARESMA C


PROPONHO-ME COM UM TÍTULO: ALARGAR HORIZONTES - A começar...

Proponho às comunidades (e a quem visitar este espaço) um título que tentarei alimentar regularmente (ou irregularmente, conforme o modo de entender), isto é, quando a 'inspiração' der para isso. Fá-lo-ei através deste blog - mais geral - e que será também integrado no facebook paroquial - https://www.facebook.com/mialsb/ - e, eventualmente, através de outros meios complementares!
Será 'irregular' no tempo porque, por agora, não terá uma data definida ou cronológica. Vou tentar o possível.
O título é mais ou menos 'banal': ALARGAR HORIZONTES!
Não creio 'inventar' nada (até o título não é assim tão surpreendente nem incandescente) e irei certamente socorrer-me de bons amigos(as) que com as suas 'artes de narrar'- pois pretende-se acima de tudo ser mais narrativos do que especulativos, mais de factos e atitudes e 'olhares' do que de teorias - certamente me ajudarão a embarcar nesta 'audácia'!
Espero conseguir uma 'partilha' que - sempre dentro da perspectiva cristã e humana - possa ser um pequenina luz (pelo menos de quando em vez, que privilegie o optimismo sem descurar nem 'omitir' a realidade. A perspectiva será sempre 'pela positiva', no entanto, há que ter a sabedoria de não embarcar tanto em ilusões quanto em 'sonhos')! Alimentar a esperança.
Serão textos ou mensagens ou imagens - normalmente breves - que possam ser também de 'alimento' feliz e alegre para quem quiser seguir. Não haverá um tema específico...é o que me se sugerir!
Pretendo ainda, por quanto possível, acompanhar alguns acontecimentos, se isso criar 'engendro' no meu horizonte mental ou valorativo. (alguns dos textos e/ou assuntos podem até ser em parte já conhecidos...desde já 'I,m sorry').
O titulo será sempre 'ALARGAR HORIZONTES' (I)...
Vamos ver o que se consegue. Em princípio, será pelas segundas-feiras, que virà à luz do dia (ou da tarde ou da noite).

Mira de Aire, Pluis Ferreira


quinta-feira, 14 de março de 2019

PODEMOS FAZER ALGUMA COISA... em tempo de Quaresma!

Leiam que, a meu ver, vale bem o tempo gasto! Deixemos 'desculpas' de quem diz que não sabe bem o que é isto de quaresma!

É possível fazer alguma coisa... em tempo de Quaresma!

por Dom Tolentino Mendonça
Começou agora a quaresma. Para os cristãos é uma oportunidade que é preciso agarrar com decisão. Mas, mesmo para os não cristãos, pode não ser indiferente o significado deste itinerário ascético que antecede e prepara a Páscoa. Claro que é ainda necessário sacudir os vestígios dos lugares comuns que reduziram a quaresma ao simbólico interdito da carne, na ementa das sextas-feiras, e criaram todo um anedotário em que a abstenção do bife era substituída, pelas boas almas piedosas, por um repasto de marisco, pois o importante era cumprir formalmente a regra. A quaresma, porém, é bem mais interessante do que essa triste caricatura. E é-o, porque nos recorda, contra os fatalismos paralisantes e contra a nossa própria acomodação, que é sempre possível fazer alguma coisa. Esta: colocar-se cada um em revisão crítica, metendo em causa os próprios estilos de vida. O programa quaresmal é, assim, pessoal e prático. Trata-se de agir sobre si mesmo e contribuir desse modo para o emergir de uma consciência comunitária mais atenta.
 As ‘ferramentas’ que a tradição cristã propõe são de natureza ascética e servem em outras religiões e até em contexto laico para alcançar o mesmo objetivo: uma necessária conversão de vida a partir do esforço de cada um. Essas ‘ferramentas’ são: o jejum, a oração e a esmola. Há que aprender ou reaprender a utilizá-las em chave existencial.

O jejum, por exemplo, começa por ser uma privação alimentar voluntária, mas que nos põe a refletir, e de forma não só mental, sobre aquilo de que nos nutrimos nós e como o fazemos. Na mensagem quaresmal para este ano, o Papa Francisco explica que o jejum permite-nos “passar da tentação de ‘devorar’ tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor”. O jejum pode tornar-se assim um élanpara modificar e reorientar o nosso modo de habitar o mundo. E é uma questão de comida, claro. Porém, não se esgota aí. O jejum introduz uma ponderação crítica sobre tudo o que nos serve de alimento: palavras, imagens, hábitos, consumos, prazeres.
O programa quaresmal é pessoal e prático. Trata-se de agir sobre si mesmo e contribuir desse modo para o emergir de uma consciência comunitária mais atenta
A oração, por sua vez, é um antídoto contra a autossuficiência e contra o endeusamento das nossas possibilidades ou necessidades, abrindo em nós um espaço ao que é maior do que nós. Precisamos romper com o circuitado movimento que nos faz rodopiar à volta de nós mesmos ou então dispersos em pura exterioridade, consumidos pelo puro imediatismo. A oração abre-nos a um para lá, introduz-nos noutro ritmo, faz-nos respirar de outra forma, ajuda-nos a levantar os olhos que trazemos fixos sobre os sapatos e erguê-los até às estrelas.
Por último, a esmola serve para nos recordar que os bens são meios ao serviço de uma vida eticamente qualificada e não uma finalidade da nossa existência. Justamente, o Papa recorda que precisamos de praticar a partilha dos bens “para sair da insensatez de viver a acumular tudo para nós mesmos, com a ilusão de assegurarmos um futuro que não nos pertence”.
O tema proposto por Francisco para a quaresma de 2019 recupera um passo da ‘Carta de São Paulo aos romanos’: “A criação encontra-se em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8, 19). E o diagnóstico de que parte é, em si mesmo, um chamamento a uma ecologia integral, quando nos lembra que “tantas vezes adotamos comportamentos destruidores do próximo e das outras criaturas — mas também de nós próprios —, considerando, de forma mais ou menos consciente, que podemos usá-los como bem nos apraz”. De facto, cada um pode fazer alguma coisa para que o jardim comum não se torne um deserto.

VIA SACRA (datas e horários)

Mesmo havendo outros eventuais momentos em que se realizará este caminho devocional, de intenso valor meditativo, que leva à 'imersão' no mistério doloroso do caminho do Calvário e da oferta de Jesus Cristo por amor de toda a humanidade, estão marcadas desde já três datas para a celebração da Via Sacra.



QUARESMA 2019 - com o 'Retiro Popular'

Eis uma maneira bem interessante para viver a Quaresma com sentido e junto com outros (ou até individualmente). Com o guião que qualquer um  pode encontrar nos sítios próprios (sacristia ou Cartório Paroquial) que ajuda, aí está um modo de ler e ir mais além da leitura da Palavra de Deus, através de actualização e de reflexão. Porque não juntar-se a um dos grupos já existentes? Porque não dispensar algum tempinho por semana para valorizar e aproveitar este tempo de Quaresma?