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Não, naquele dia em que a terra não parou, não abrandou.
Não pediu perdão.
Jesus não teve tempo para pensar se aquilo
que estava a viver era um sonho ou um espelho da verdade.
Não teve tempo para deixar uma carta aos seus amigos
ou para lhes explicar, com detalhe,
o pesadelo que estaria prestes a viver.
Enquanto os seus ossos quebravam
e a sua pele se retorcia numa dor aguda,
Jesus não pensou em nada.
O seu corpo ficou suspenso numa experiência inacreditável
e insuportável para qualquer ser humano.
Terá fechado os olhos, por várias vezes,
na esperança de regressar ao cheiro do colo da sua mãe.
Não regressou.
Não houve tréguas nem hipótese de liberdade condicional.
Não houve direito a recurso ou a contestação.
Houve, sim, um silêncio que queimava tanto
como todas as feridas que levava abertas dentro e fora de si.
O que aconteceu a Jesus ficou lá atrás. Não é do nosso tempo.
Ainda assim, é da nossa responsabilidade.
Vamos a caminho do Calvário e Jesus vai à nossa frente.
A dar o peito às balas por cada um de nós.
A amparar a possibilidade de nos ferirmos
com as Suas próprias feridas.
Vamos a caminho da Cruz e Jesus vai à nossa frente.
A beijar o caminho que os nossos pés vão pisar,
para que não nos doam tanto como, um dia, os Seus doeram.
Vivemos um tempo de grande consternação
porque simpatizamos com o que aconteceu a Jesus.
Sabemos que foi errado.
Que não é assim que se tratam as pessoas.
Que ninguém merece sofrer para sempre.
No entanto, reduzimos este tempo
a uma pequenez triste e inacreditável.
Reduzimos a nossa simpatia pelas feridas de Jesus
a um não-comer-um-chocolate;
a um não-beber-aquele-cafezinho;
a um dar-uma-moeda-para-o-pobrezinho.
É muito mais aquilo que Jesus nos pede.
Pede-nos a coragem para beijar as Suas feridas.
Essas que moram na pele de cada um dos nossos irmãos. (Marta Arrais)
Não pediu perdão.
Jesus não teve tempo para pensar se aquilo
que estava a viver era um sonho ou um espelho da verdade.
Não teve tempo para deixar uma carta aos seus amigos
ou para lhes explicar, com detalhe,
o pesadelo que estaria prestes a viver.
Enquanto os seus ossos quebravam
e a sua pele se retorcia numa dor aguda,
Jesus não pensou em nada.
O seu corpo ficou suspenso numa experiência inacreditável
e insuportável para qualquer ser humano.
Terá fechado os olhos, por várias vezes,
na esperança de regressar ao cheiro do colo da sua mãe.
Não regressou.
Não houve tréguas nem hipótese de liberdade condicional.
Não houve direito a recurso ou a contestação.
Houve, sim, um silêncio que queimava tanto
como todas as feridas que levava abertas dentro e fora de si.
O que aconteceu a Jesus ficou lá atrás. Não é do nosso tempo.
Ainda assim, é da nossa responsabilidade.
Vamos a caminho do Calvário e Jesus vai à nossa frente.
A dar o peito às balas por cada um de nós.
A amparar a possibilidade de nos ferirmos
com as Suas próprias feridas.
Vamos a caminho da Cruz e Jesus vai à nossa frente.
A beijar o caminho que os nossos pés vão pisar,
para que não nos doam tanto como, um dia, os Seus doeram.
Vivemos um tempo de grande consternação
porque simpatizamos com o que aconteceu a Jesus.
Sabemos que foi errado.
Que não é assim que se tratam as pessoas.
Que ninguém merece sofrer para sempre.
No entanto, reduzimos este tempo
a uma pequenez triste e inacreditável.
Reduzimos a nossa simpatia pelas feridas de Jesus
a um não-comer-um-chocolate;
a um não-beber-aquele-cafezinho;
a um dar-uma-moeda-para-o-pobrezinho.
É muito mais aquilo que Jesus nos pede.
Pede-nos a coragem para beijar as Suas feridas.
Essas que moram na pele de cada um dos nossos irmãos. (Marta Arrais)
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