DESTAQUE

PÁSCOA 2023 - cartaz e pensamento

 

sexta-feira, 12 de junho de 2020

UM DIA DE CORPO DE DEUS 'DIFERENTE'...2020

Diferente...mas vivido com intensa profundidade e vitalidade, nomeadamente na comunidade de Mira de Aire (é aqui que em cada ano se vive de modo muito peculiar esta festa). Pelas mãos dos quarentões'80 - mesmo sem a possibilidade de realizar a Procissão pelas ruas e com o tempo um pouco 'farrusco' - o exterior da Igreja tornou-se belo. Não enjeitaram a oportunidade de manter, por quanto possível, a beleza do dia com  a criação dum artístico painel verde e florido, representando o símbolo maior da Eucaristia. A Igreja ficou repleta - com as regras do tempo - de mirenses (e não só), que quiseram honrar Jesus Cristo, na celebração eucarística da solenidade. Com as condicionantes que se conhecem
Também Alvados celebrou, com o espaço da celebração cheio de fiéis, a Eucaristia comemorativa do Dia. E assim em São Bento, com bastante menos participantes, mas com a dignidade que a solenidade do «mistério da fé cristã» merecem. 
Eis o link da transmissão e alguns sinais fotográficos de Mira de Aire.

ver em 
https://youtu.be/bdJBmg-dXCo

ou

Meo Kanal -  TV MEO
tecla verde (comando)´
nº canal: 960816






































sábado, 6 de junho de 2020

SS TRINDADE - Uma reflexão


Trindade: Deus é comunhão, vínculo, abraço
Os nomes de Deus sobre o monte (João 3,16-18) são um mais belo do que o outro: o misericordioso e piedoso, o lento para a ira, o rico de graça e de fidelidade (Êxodo 34,6). Moisés subiu com esforço, duas tábuas na mão, e Deus desconcerta-o e a todos os moralistas, escrevendo naquela rígida pedra palavras de ternura e de bondade.
Que chegam até Nicodemos, naquela noite de renascimento. Deus amou tanto o mundo, que lhe deu o seu Filho. Estamos no versículo central do Evangelho de João, num espanto que renasce sempre perante palavras boas como o mel, tonificantes como uma caminhada junto ao mar, entre salpicos de mar e ar bom respirado a plenos pulmões: Deus amou tanto o mundo… e a noite de Nicodemos, e as nossas, iluminam-se.
Jesus está a dizer ao fariseu medroso: o nome de Deus não é amor, é “muito amor”, Ele é “o muito-amante”. Deus, pela eternidade, considera o mundo, cada carne, mais importante que Ele próprio. Para me adquirir, perdeu-se a si mesmo. Loucura da cruz. Insanidade de Sexta-feira Santa. Mas por nós renasce: cada ser nasce e renasce do coração de quem o ama.
Experimentemos saborear a beleza destes verbos no passado: Deus amou, o Filho foi dado. Dizem não uma esperança (Deus amar-te-á se tu…), mas um facto seguro e adquirido: Deus já está aqui, impregnou de si o mundo, e o mundo dele está embebido
Deixemos que os pensamentos absorvam esta verdade belíssima: Deus já veio, está no mundo, aqui, agora, com muito amor. E repitamo-nos estas palavras a cada despertar, a cada dificuldade, de cada vez que perdemos a confiança e se faz noite.
O Filho não foi enviado para julgar. «Eu não julgo!» (João 8,15). Que palavra explosiva, a repetir setenta vezes sete à nossa fé amedrontada! Eu não julgo, nem para sentenças de condenação nem para vereditos de absolvição.
Posso pesar os montes com a balança e o mar com a palma das mãos (Isaías 40,12), mas o ser humano não o peso nem o meço. Salvar quer dizer alimentar de plenitude e, depois, conservar.
Deus conserva: este mundo e eu, cada pensamento bom, cada generosa fadiga, cada dolorosa paciência; nem um cabelo da vossa cabeça se perderá (Lucas 21,38), nem sequer um fio de erva, nem sequer um fio de beleza desaparecerá no nada.
O mundo é salvo porque amado. Os cristãos não são aqueles que amam Deus, são aqueles que acreditam que Deus os ama, que pronunciou o seu «sim» ao mundo, antes que o mundo diga «sim» a Ele.
Festa da Santíssima Trindade: anúncio que Deus não é em si mesmo solidão, mas comunhão, vínculo, abraço. Que nos alcançou, e liberta, e faz erguer em voo uma pulsão de amor.

Ermes Ronchi