DESTAQUE

PÁSCOA 2023 - cartaz e pensamento

 

domingo, 14 de outubro de 2018

Início da Catequese - UMA FELIZ TARDE E UM FELIZ DIA

Creio que não há maior 'riqueza' que a partilha de gerações, na alegria contagiante dos mais pequeninos e dos mais jovens, na Sabedoria duma Palavra que ilumina e guia por 'sendas direitas', no testemunho da fraternidade, na entreajuda, na disponibilização para se colocar ao 'serviço dos outros' (que não nos são nada por afinidade física e que nos são tudo pelos valores que nos unem), nos que prepararam mais de perto e (com beleza) as celebrações e os convívios, na oração...Foi uma feliz tarde, umas felizes manhãs!

Foi uma bela tarde em Mira de Aire
13 de Outubro




























Foi uma bela manhã em Alvados, 14  de Outubro









Foi uma bela manhã em São Bento, dia 14 Outubro

















Quando vivemos alegrias em conjunto - uns com os outros - elas redobram e duplicam! Começámos uma nova etapa na Catequese. Agora avancemos com dedicação, perseverança, e rezando uns pelos outros. O 'tesouro' no céu espera-nos se o merecermos aqui na terra.

sábado, 13 de outubro de 2018

XXVIII DOMINGO COMUM B (14 de Outubro 2018)

               Os obstáculos ao seguimento de Jesus
Não basta cumprir a lei. Para seguir o Mestre é necessário que o discípulo seja livre. Porque há bens que escravizam, como há ideias que amarram ou recordações que bloqueiam. Jesus exige que o discípulo esteja disponível.
Por isso, «vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres…». A reação é de desalento. O homem não é capaz de ir tão longe. O rico não está habituado a ceder. Deseja a vida eterna, mas é incapaz de remover o obstáculo que o impede de alcançar. E a recorrente tentação de querer conciliar a acumulação obsessiva de bens com o seguimento é denunciada pelo Mestre: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Tantas vezes nos colocamos diante de Jesus e manifestamos-lhe o desejo de alcançar um Bem Maior, aqui e agora, mas nem sempre estamos disponíveis para acolher as exigências que Ele nos faz. Por vezes, enganamo-nos a nós próprios, convencendo-nos de que fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance quando, na verdade, contornamos subtilmente as palavras duras, amolecemos o divino desafio adaptando-o às nossas ambições, tal como aconteceu com a princesa do conto do Tchékhov.
De visita ao mosteiro, ela desejava fazer a experiência da eternidade. Mas nesse lugar sagrado, onde anseia «instalar-se para sempre, onde a vida parece ser serena e despreocupada», a paz é perturbada pelo diálogo inesperado com um antigo funcionário. O velho médico, por sugestão da nobre senhora, enumera os erros que estão na origem de uma vida infernal: ela despreza os outros, explora os trabalhadores e até promove obras de caridade por vaidade e para se promover socialmente. Fá-lo com a naturalidade de quem julga que esse modo de vida é um direito garantido pelo seu estatuto. Enfim, deseja estar em paz com Deus, mas tem repugnância das pessoas. Subjacente a esta postura rígida, própria de quem não cede nada, está uma perspetiva distorcida da experiência religiosa, entendida, por um lado, como mero cumprimento de rituais e, por outro, como vivência encapsulada de uma paz sem a exigência de olhar e cuidar do outro, o fragilizado, o pobre, o doente, o marginalizado.
Se este tempo tem uma marca, é a da tentação constante de reduzir a experiência de fé à repetição de rituais e de rotinas cunhadas como “sagradas” por um lado e, por outro, pela multiplicação de propostas de cariz espiritual que pretendem garantir uma experiência de eternidade, rápida e satisfatória, a baixo preço, como se a eternidade fosse um produto comercializável, suscetível de ser consumido sem a obrigação de sair de si mesmo para amar e servir o outro.
Estas propostas são enganosas. São falsas. São contrárias ao espírito do Evangelho na medida em que promovem o alheamento da realidade distanciando o homem dos dramas deste mundo. São piedosas fugas que não nos identificam com o Mestre que se fez pobre e nos desafia a segui-lo incondicionalmente.
P. Nélio Pita, CM

UM TESTEMUNHO PATERNO, texto para os pais das crianças e jovens da catequese

NESTES DIAS, EM QUE NOS APRESTAMOS A INICIAR AS ACTIVIDADES DA CATEQUESE NAS NOSSAS COMUNIDADES DE ALVADOS, MIRA DE AIRE E SÃO BENTO, CATEQUESE QUE INCLUI A MISSA... É MUITO BOM LER O QUE DIZ UM PAI (e um pai de algum calibre social e bastante conhecido).
LEIAM PAIS... NÃO TENHA RECEIO DE PERDER ALGUNS MINUTOS PARA NOS INCENTIVARMOS E ANIMARMOS NESTA DIFÍCIL MAS DECISIVA MISSÃO DA 'TRANSMISSÃO' DA FÉ E DOS VALORES QUE CRISTO NOS ENSINOU.
LEIAM...repito que quem escreve é um pai!
Bem haja ao Henrique Raposo pelo seu bonito e realista testemunho.

https://rr.sapo.pt/artigo/127225/a-missa-uma-educacao-moral



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

DIA DA IGREJA DIOCESANA - UMA ASSEMBLEIA SOBRE OS JOVENS, A FÉ E A IGREJA.

A Assembleia Diocesana, convocada pelo bispo da nossa Diocese de Leiria-Fátima, cardeal Dom António Marto, decorreu no domingo, dia 7 de Outubro, entre as 15 e as 17.30h. O auditório do Seminário Diocesano, em Leiria, ficou repleto de participantes para escutar o testemunho experiencial de alguns jovens, a música de mensagem cristã, e a apresentação da Carta Pastoral 'A alegria da fé no caminho dos jovens', escrita - nestes dias - para todos os diocesanos pelo nosso bispo.
Vindos dos 'quatros cantos' da diocese, estiveram presente muitos cristãos, mais e menos jovens. Viveu-se ali um tempo de comunhão eclesial e de partilha.
O testemunho alegre, confiante, mas também 'interrogativo', dos vários jovens intervenientes, faz-nos sentir a necessidade de, como foi lá afirmado, 'não termos a ousadia de ser diferentes, mas sim de marcar pela diferença...a comunicação de fé entre os jovens e aos jovens precisa de uma nova 'semântica', nas palavras e nos gestos, mais focada no positivo e no alento do que no negativismo e numa visão exclusivamente marcada pelo 'pecado''. Além disso os jovens intervenientes referiram ainda quão importante é 'ensinar o compromisso, a responsabilidade e quanto é necessário a proximidade para ser credíveis'. Por fim referiram que uma das questões prementes, quando se trata de 'confrontar' e propor aos jovens, é acerca do 'tempo', na seu uso e na sua importância!
Dom António apresentou de maneira sucinta, mas elucidativa eloquente, os 'eixos' fundamentais que estruturam a Carta Pastoral que escreveu aos diocesanos. Também ela é sobre a relação dos jovens, com a Igreja, a fé, e os discernimento nas escolhas da vida. Como ser apelativos com os jovens? Como 'ir ao encontro'? Porquê a existência de uma certa 'debandada' actual, especialmente pós-crisma?
Para quem participou foi certamente um agradável e feliz tempo, de partilha e formação cristã!


quarta-feira, 3 de outubro de 2018

SINODO SOBRE OS JOVENS, A FÉ E O DISCERNIMENTO


NO INÍCIO DUMA ETAPA É IMPORTANTE COLOCAR-SE EM BOA POSIÇÃO, NESTE CASO, DIREMOS EM 'COMUNHÃO' COM TODOS OS QUE PARTICIPAM NESTE 'MAGNO' (GRANDE, ABRANGENTE E ACTUALÍSSIMO) ENCONTRO, QUE VAI ACONTECER EM ROMA. NESSE SENTIDO PARTILHO ESTA CRÓNICA QUE EXPRIME O PENSAMENTO DO SANTO PADRE. ALHEAR-NOS DUM TEMA TÃO EXIGENTE, MAS TAMBÉM TÃO DE FUTURO E DE EXPECTATIVA, PODE QUERER DIZER QUE JÁ NÃO NOS INTERESSAMOS COM NADA EM RELAÇÃO AOS JOVENS, OU NÃO TEMOS NADA PARA LHE 'OFERECER', OU NÃO É NOSSA COMPETÊNCIA! ACOMPANHEMOS E REZEMOS PELOS QUE ACREDITAM NESTES DIAS E SE ENTREGAM 'DE ALMA E CORAÇÃO' A ESTE TEMA, PARA QUE ESTE 'SINODO' DÊ BONS FRUTOS!

«É triste» quando os jovens pensam que Igreja não lhes diz nada que sirva para a sua vida

Começou hoje o sínodo dos bispos, que de 3 a 28 de outubro, no Vaticano, se vai centrar nos jovens, o papa assumiu que a Igreja tem andado distante das suas expetativas, quer por não os saber escutar, por não ter nada de relevante para lhes transmitir ou devido aos escândalos que a têm atravessado.
«Quando nós, adultos, nos fechamos a uma realidade que é já um facto, dizeis-nos com ousadia: “Não o vedes?”. E alguns mais decididos têm a coragem de dizer: “Não vos dais conta de que já ninguém vos escuta, nem crê em vós?”. Verdadeiramente precisamos de nos converter, de descobrir que, para estar ao vosso lado, devemos derrubar muitas situações que, em última análise, são aquelas que vos afastam».
O papa está consciente de que grande parte da juventude não pede nada aos católicos porque não os «consideram interlocutores significativos na sua existência», e revelou sentir-se «triste» quando uma Igreja «se comporta de tal maneira que os jovens pensem: “Estes não me dirão nada que sirva para a minha vida”».
«Antes, alguns [jovens] pedem expressamente para serem deixados em paz, sentem a presença da Igreja como algo molesto e até irritante. Isto é verdade! Indignam-lhes os escândalos económicos e sexuais contra os quais não veem uma clara condenação, o não saber interpretar adequadamente a vida e a sensibilidade dos jovens por falta de preparação, ou o papel simplesmente passivo que lhes atribuímos»... O papa afirmou que na consulta preliminar do sínodo muitos jovens pediram alguém que «os acompanhe e compreenda sem julgar e saiba escutar, bem como dar resposta» às suas inquietações, porque não raras vezes os adultos «não sabem o que querem ou esperam» da juventude, ou quando a veem feliz «ficam desconfiados», ao mesmo tempo que «relativizam» as suas angústias.
«Muitas vezes, sem dar por isso, as comunidades cristãs fecham-se e não escutam as vossas inquietações. Sabemos que vós quereis e esperais ser acompanhados, não por um juiz inflexível nem por um pai receoso e superprotetor que gera dependência, mas por alguém que não tem medo da sua própria fraqueza e sabe fazer resplandecer o tesouro que guarda dentro de si, como num vaso de barro».
Igreja e jovens avançam na vida num diálogo de surdos, com a primeira impenetrável às preocupações dos segundos, mantendo imperturbável a sua rota: «Às vezes, as nossas Igrejas cristãs – e ousaria dizer todo o processo religioso estruturado institucionalmente – carregam consigo atitudes nas quais nos é mais fácil falar, aconselhar, propor a partir da nossa experiência, do que escutar, do que se deixar interpelar e iluminar por aquilo que vós viveis».
Francisco reiterou que a Igreja quer dar resposta aos jovens, tornando-se uma «comunidade transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa, isto é, uma comunidade sem medo» e elogiou a fé dos mais novos, que, não obstante a «falta de testemunho», «continuam a descobrir Jesus» nas comunidades cristãs.
Mas não é só no interior do pequeno mundo das igrejas que Cristo está: por não ter medo das periferias, porque «Ele mesmo se tornou periferia», pode ser encontrado «na vida do irmão que sofre e é descartado» se os cristãos «tiverem a coragem de sair de si mesmos, dos seus egoísmos, das suas ideias fechadas».
Ao comentar o verso de uma música interpretada por uma cantora famosa na Estónia, «o amor está morto, o amor foi-se embora, o amor já não mora aqui», o papa pediu: «Isso não, por favor! Façamos com que o amor permaneça vivo, e todos nós devemos trabalhar por isso».

CALENDÁRIO MENSAL PARÓQUIA MIRA DE AIRE - OUTUBRO2018


domingo, 30 de setembro de 2018

XXVI DOMINGO COMUM B (30 de Setembro 2018)

Não se é discípulo como quem segue um clube, partido, fação

Qual é a sua equipa preferida, Benfica, Sporting ou Porto? Um partido político de direita ou de esquerda? É a favor ou contra as touradas? Quer se trate de desporto, política ou qualquer outro domínio, muitas vezes somos arrebatados pela paixão e defendemos vigorosamente esta ou aquela causa. O âmbito religioso não está excluído. Os confrontos belicosos entre apoiantes de diferentes compreensões do que é necessário para estar do lado bom da verdade estão à vista de todos.
A passagem do Evangelho deste domingo (Marcos 9, 38-43. 45. 47-48) apresenta-nos um caso de fação. Os discípulos estão escandalizados: um homem utiliza o nome de Cristo para curar, mas sem fazer parte do seu grupo. Aos seus olhos é inaceitável. Quando informam Jesus do facto, esperariam provavelmente uma anuência, talvez até uma felicitação da sua parte. O que acontece é precisamente o contrário.
Jesus opõe-se à lógica de João, obrigando o discípulo a ver mais longe do que o seu interesse de reduto. Não terá ele visto que o homem incriminado opera realmente curas? Não terá ele visto que, graças a esse exorcista, há pessoas que reencontram a sua dignidade humana e a sua liberdade espiritual? Porque é que ele trata aquele desconhecido com tanta violência?
Para melhor compreender, é preciso recordar outro episódio narrado pelo evangelista. Um dia, os discípulos tentaram expulsar demónios. Foi o fracasso. E agora um vexame, porque aquele desconhecido teve sucesso onde eles falharam. Ficaram encurralados num pensamento concorrencial. Comparam-se àquele estranho. Julgam-no, desvalorizam-no e rejeitam-no.
«Ele não te segue connosco», é o argumento dos discípulos. Mas é um argumento que os trai. O que lhes importa não é o que é conseguido, mas a ligação que aquele homem mantém com eles, discípulos. Eles perdem de vista que ninguém pode realizar uma obra de libertação daquela grandeza sem que isso não lhe seja dado do Alto.
Se, portanto, um homem expulsa as forças maléficas em nome de Jesus, é porque compreendeu que nele Deus revela-se Salvador no meio do seu povo. Expulsar em nome de Cristo as forças alienantes não é um truque mágico para fazer adeptos pessoais e de seguida dominá-los ou explorá-los. É manifestar que em Jesus o Reino de Deus chegou até nós.
Os discípulos de Jesus são apresentados envolvidos nas mesmas tentações que os adversários de Cristo: querem ser guiados pelos conhecimentos e não pela fé, essa atitude humilde que não condena os caminhos que os outros enveredam. Para os fariseus, o ciúme e o desejo de domínio dissimulam-se numa compreensão rígida da Lei; para os discípulos, manifestam-se pela pertença ao seu grupo.
Mas Jesus não pode aceitar esta exclusão praticada pelos seus. A advertência vale também para nós. Cristo interpela a Igreja: não veem que é possível ser-se filho ou filha da Aliança sem fazer tudo como vós? A força do Pai que recria é anunciada por aqueles que, em meu nome, dão aos humanos a sua liberdade para servir o Deus que também os chama.
Hoje, só Deus é verdadeiramente “católico”. Felizmente, o seu Espírito trabalha-nos. Em Cristo.
Agnes von Kirchbach

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

FESTIVAL SOPAS Q'78 MIRA - SOPAS PARA TODOS OS GOSTOS


Uma tradição com sentido
e com 'gostos' apurados,
porque 'não há futuro sem memória'...
e porque só há um 13 de Outubro em 2018!
Vamos todos 'degustar' a variedade 
e continuar assim a apoiar assim 
a 'saga' da história dos Q'78 mirenses!
LÁ NOS ENCONTRAREMOS!

sábado, 22 de setembro de 2018

NOITE BRANCA - white party

Uma iniciativa do CUM, em colaboração com os Q'78.

XXV DOMINGO COMUM B


XXV DOMINGO COMUM B (23 de Setembro)

Acolher Deus numa criança: O Evangelho num abraço
«Chegaram a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou: “Que discutíeis pelo caminho?” Ficaram em silêncio porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Sentando-se, chamou os doze e disse-lhes: “Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.” E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e disse-lhes: “Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe; e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou”.» (Marcos 9, 33-37)
Jesus coloca os apóstolos, e nós com eles, sob o juízo desse limpidíssimo e revolucionário pensamento: quem quer ser o primeiro seja o último e o servo de todos. De si mesmo oferece três definições, todas em contramão: último, servidor, criança.
Quem é o maior? Sobre isto já os doze tinham falado ao longo do caminho. E eis a maneira magistral de Jesus gerir as relações: não condena os seus, não os julga, não os acusa, pensa antes numa estratégia para os educar. E fá-lo com um gesto inédito: um abraço a uma criança. O Evangelho num abraço, que abre toda uma revelação: Deus é assim, mais que omnipotente, “omniabraçante” (K. Jaspers).
Jesus coloca no centro não Ele próprio, mas o mais impotente e desarmado, o mais indefeso e sem direitos, o mais frágil, o mais amado, uma criança. Se não vos tornardes como crianças… Jesus desarma-nos e liberta o nosso lado brincalhão, acriançado. Render-se à infância é render-se ao coração e ao sorriso, aceitar largar a sua mão na mão do outro, abandonar-se sem reservas (C. Cayol).
Propor uma criança como modelo do crente é fazer entrar na religião o inédito. O que é uma criança? A ternura dos abraços, a emoção das corridas, o vento no rosto… Não sabe de filosofias nem de leis. Mas conhece como ninguém a confiança, e confia-se. Jesus propõe-nos uma criança como pai, no nosso caminho de fé. «A criança é o pai do homem» (Wordsworth). As crianças dão ordens ao futuro.
E acrescenta: quem a acolhe, acolhe-me! Dá um passo em frente, enorme e inacreditável: indica a criança como sua imagem. Deus como uma criança! Vertigem do pensamento. O Rei dos reis, o Criador, o Eterno numa criança? Se Deus é como uma criança, significa que tem de ser protegido, cuidado, alimentado, ajudado, acolhido (E. Hillesum).
Acolher, verbo que gera o mundo novo como Deus o sonha. O nosso mundo terá um futuro bom quando o acolhimento, tema escaldante hoje em todas as fronteiras da Europa, for o nome novo da civilização; quando acolher ou rejeitar os desesperados, os pequenos, quer seja nas fronteiras ou à porta da minha casa, for considerado acolher ou rejeitar o próprio Deus.
A quem é como elas pertence o reino de Deus. As crianças não são melhores do que os adultos, também são egocêntricas, impulsivas e instintivas, por vezes até cruéis, mas são mestras na arte da confiança e do espanto. Sabem viver como os lírios do campo e os pássaros do céu, curiosas por aquilo que traz cada novo dia, prontas para o sorriso quando ainda não pararam de enxugar as lágrimas, porque se confiam totalmente. Ao Pai e à Mãe.
A criança traz a festa para o quotidiano. Ninguém ama a vida mais apaixonadamente do que uma criança.
Acolher Deus como uma criança: é um convite a fazer-se mãe, mãe de Deus. O modelo de fé será então Maria, a Mãe, que na sua vida não fez provavelmente mais nada de especial a não ser isto: acolher Deus numa criança. E com isso fez tudo. (Ermes Ronchi)