Sob a batuta eficaz e eficiente dos Q'80, Mira de Aire manteve o espírito que anima e faz reviver a tradição das Janeiras, pelas ruas e bairros da vila. Com um simbolismo marcante, que assinala- já desde há vários anos - o início da longa noite, os mais velhinhos do Lar da Casa Abrigo tiveram a honra e a alegria (bem visível nos seus rostos e nos gestos) de receber em primeiro lugar os 'janeireiros'. Vestidos a rigor e com a alegria que caracteriza o gesto ali se cantou e se conviveu. Cada vez mais se percebe que, sem esta visita à Casa Abrigo, as Janeiras já não seriam o que são. Depois tudo continuou, com uma 'meteorologia' nem sempre amiga, mas que não afastou os visitantes e participantes da festa e da tradição. Não ficaremos muito longe, em números, se falarmos - em determinada período - de milhares de participantes. A alegria contagiante; as canções - mais ou menos apropriadas à época -; os instrumentistas (a quem se deve uma homenagem bem merecida), os quarentões de todas as 'épocas' (e feitios) com a suas capas identificadoras; os habitantes da cada bairro (zona) que acolheram de modo 'soberbo' a caravana com grande amizade, docilidade e mesas fartas; os visitantes de outras paragens que já fazem deste acontecimento parte fixa das suas agendas...proporcionaram uma noite muito participada e com um 'carimbo' único, com a marca 'Mira de Aire'. 'Toda a noite...toda a noite'!
P. Luis Ferreira