XVII DOMINGO COMUM C – a partir da Palavra
Clamor… é muito mais do que uma simples súplica!
Clamar… é muito mais do que pedir!
Clama… é muito mais do que uma ordem… é um conselho!
Aquele que vive com o pensamento no bem, o coração em Deus e a atitude nos outros,
clama sem dor qualquer clamor que o faz clamar e ser livre!
Não podemos ter vergonha de pedir, quando sabemos que dessa prece pode nascer a redenção:
«Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez lá não se encontrem senão dez»
A Fé que habita no nosso peito responde: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade»
e o nosso pensamento corre para encontrar os 10 “justos”…
Mas é da nossa boca que sai o clamor:
«Quando Vos invoquei, me respondestes, aumentastes a fortaleza da minha alma.»
e aos nossos olhos, como Baptizados e membros da Igreja do Cristo, a nossa prece é tida em conta:
«Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz.»
Já nada nos será impossível, porque encontramos o Senhor da Vida, o nosso Criador que nos ama, infinitamente.
Hoje, a Liturgia do 17º domingo do Tempo Comum, do Ano C adopta-nos… oferece-nos um Pai!
Um único e verdadeiro Pai, capaz de estar sempre presente e de nos resgatar sempre.
«Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos,
quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»
Esta frase de Jesus, o Cristo que nos ensina a rezar, a pedir, a clamar,lembra-me o pregão:
“Chora, que a mamã dá!”
É mais fácil dar o que os meninos querem, porque a vergonha que sentimos pelos gritos que dão é gigantesca.
Com Deus funciona um pouco assim!!! Acreditem!
«Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á.»
Só que Deus, Nosso querido e amado Pai, testa a persistência de quem pede!
Gosto de trazer no coração a sábia resposta da mãe, quando se pede algo que não se deve:
“Em casa, conversamos…”
Após uma longa conversa; a apresentação válida dos prós e contras;
a defesa total da nossa tese com provas válidas e concretas;
um discurso repleto de persuasão e com muitos carinhos à mistura;
pode ser que a mãe ceda e o nosso pedido é, finalmente, escutado!
Esta é a beleza da oração constante. Se o nosso coração quer; se a nossa intenção for forte;
se for essa a vontade do Pai (que quer a nossa Felicidade plena),
o pedido deixará de ser um clamor e será realidade!
Tens algo a pedir ao «Juiz de toda a terra»?
Fortalece o teu diálogo intenso com O Pai.
Reza com ternura e para que a benignidade floresça.
Não peças apenas para ti.
Ambiciona o bem para aquele que sofre.
Perdoa aquele que te irrita e te deixa infeliz,
pois não sabe amar, como tu amas…
Sê generoso para com todos os que partilham o teu caminho.
Diz baixinho, em sussurro, e sem temor clama ao Pai:
“Obrigada, perdão e ajuda-me mais!”
No silêncio do teu peito encontrarás a resposta e a prece será escutada.
Liliana Dinis