DÉCIMO OITAVO DOMINGO, ANO C
Os bens temporais possuem uma importância relativa,
nunca absoluta. Jamais podem ser o objeto último da felicidade. Então, se «a
vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens», depende de quê? A
vida depende da busca humana da felicidade em três coisas: a vida espiritual, o
próximo, a nascente que brota de Deus.
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor.
Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem crê em Mim nunca mais terá sede.
João 6, 35
Quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem crê em Mim nunca mais terá sede.
João 6, 35
Jesus Cristo quer elevar o nosso olhar para um horizonte pleno de
felicidade. Nele encontraremos o «pão da vida», esse alimento que sacia todas
as nossas fomes e sedes mais leves ou mais profundas.
«A vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens»
Os bens temporais possuem uma importância relativa, nunca absoluta. Jamais
podem ser o objeto último da felicidade. A dependência obsessiva deles pode
conduzir a uma existência apenas focada no chão que pisamos, ignorando o centro
da fé cristã: a ressurreição, a vida eterna. No episódio do evangelho segundo
Lucas próprio do Décimo Oitavo Domingo (Ano C), Jesus Cristo alerta: «A vida de
uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
Comer e beber, descansar e regalar-se, são aspetos positivos do quotidiano,
quando assumem forma moderada. O mesmo se aplica ao trabalho, viagens, lazer,
cultura, desporto, e todas as demais atividades humanas e sociais. A sua
importância e necessidade precisa de ser conjugada com aquilo que possibilita o
desenvolvimento integral do ser humano.
A atenção aos outros, o amor experienciado, o perdão retribuído, o pão
repartido, a esmola oferecida, a alegria espalhada, a gratuidade vivida e tudo
o que parece perdido aos olhos do mundo, é o que de facto enriquece a
existência e me torna «rico aos olhos de Deus». Nesse encontro eterno, pelo
qual mergulhamos no ser de Deus, perde-se tudo aquilo que agarramos e
recupera-se tudo aquilo que compartilhamos.
Então, se «a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens»,
depende de quê? A vida depende da busca humana da felicidade em três coisas: a
vida espiritual, o próximo, a nascente que brota de Deus. «Aqui reside a minha
força. Estas três coisas devem estar em comunhão, em circulação; eu, enxertado
nestas três realidades. Então, estou vivo. […] Queres vida plena? Não a busques
no mercado das coisas: as coisas prometem o que não podem preservar. Desloca o
teu desejo, deseja em relação a outro, lança o coração para lá das coisas, a
nossa riqueza é o mistério de Deus. […] Estar vivo amanhã não é um direito meu,
é uma prenda; rever o sol amanhã de manhã e as caras queridas não é óbvio, é
uma dádiva, e que as células do meu corpo amanhã funcionem bem é um milagre, de
que devemos estar gratos» (Ermes Ronchi).
Orar
A oração faz entrar em contacto com a nascente e a foz deste rio que é a
existência terrena: o Deus revelado em Jesus Cristo. Em primeiro lugar, é a
oração que faz com que a missão de Jesus Cristo seja, para a Igreja, o
«critério para medir a eficácia das estruturas, os resultados do trabalho, a
fecundidade dos seus ministros e a alegria que são capazes de suscitar» (cf.
Nota Pastoral para o Ano Missionário…, 3).
https://www.youtube.com/watch?v=clS8mji90nM
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