Amar como Deus nos ama
É
quaresma, é tempo de conversão, é tempo de amar. É tempo de refletir como temos
amado, como temos vivido e como temos permitido que os outros nos amem. Temos
verdadeiramente amado e permitido que nos amassem de volta? Às vezes damos por
nós presos a uma zanga da qual nem o motivo nos lembramos. Às vezes damos
demasiado tempo ao rancor e a pormenores, deixamos que eles incomodem a nossa
vida ao ponto de nos zangarmos. Damos por nós incomodadas e zangadas quando
passados dez minutos nem do motivo nos vamos lembrar. Façamos o exercício de
demorar na serenidade. Façamos o exercício de demorar no amor. Esse que perdoa.
Esse que tem memória mas que aceita os erros, as imperfeições, as cicatrizes e
as feridas. Esse que sabe que cada pessoa tem uma história mais ou menos feliz,
mais ou menos cruel que o trouxe até aqui e o levou a tomar essas opções.
Vemos
pessoas, não histórias. Amar é caminhar juntos. O amor vê os erros, as
imperfeições e as cicatrizes e ama cada uma delas. Tal como Deus nos ama a nós,
aprendamos, pouco a pouco, passo a passo, a amar os outros. Tal como Deus nos
perdoa a nós caminhemos para, passo a passo, perdoarmos os outros. Assim como
Deus nos aceita comecemos a aceitar os outros tal e como são e não como
gostaríamos que fossem. Deus ama-nos sem exigir mudanças, acompanha-nos pela
vida fora, sem nos cobrar. Somos capazes de caminhar para sermos capazes de
amor. Somos capazes de esvaziarmos de ses, mas, condições. Somos capazes de
esvaziar-nos de violência, rancor e raiva. Seremos nós capazes de amar,
simplesmente amar?
Sim!
Claro que sim. Esta quaresma olhemo-nos e perguntemo-nos: Temo-nos
verdadeiramente permitido amar? Já parámos para olhar o quê e como amamos? Já
parámos para compreender se verdadeiramente investimos o nosso tempo amando quem
nos ama, quem nos rodeia? Temos parado para ver o quanto temos amado e cuidado
o mundo? Quanto tempo vamos demorar no ódio, na violência, no rancor e na
raiva?
“Seremos
julgados pelo amor.” (São
João da Cruz) Então amemos muito, amemos melhor, amemos como Deus nos ama.
Assumamo-nos imperfeitos e incapazes e ponhamo-nos a caminho para amar o mundo
e quem nos rodeia como Deus nos ama: infinitamente e incondicionalmente.
Paula Ascenção
Sem comentários:
Enviar um comentário