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Aos pais e familiares
Caros Pais e familiares do (a)...
H
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oje é um dia
bem significativo para o (a) vosso(a) filho(a). Espero que estas palavras que
vos dirigimos, como sacerdotes e também em nome dos catequistas, possam
iluminar e fortalecer a vossa decisão de ‘vir’ e acompanhar o fruto do vosso
amor – os filhos - a esta casa, á qual chamamos Igreja. Mesmo que não vo-lo
digam e, por vezes, até vos ‘ponham os nervos à flor da pele’ por causa da
catequese e da Missa, acreditem que é uma decisão acertada. Em vez de – como
infelizmente também vemos aqui na terra – os deixardes andar ‘meios’ perdidos,
e ao ‘deus dará’, é muito bom, fazer todo o que vos for possível para lhes
permitir este conhecimento dos valores cristãos e da ‘boa nova’ de Jesus. Não
tenham medo de ser um pouco exigentes… o importante é caminhar com eles!
P
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ermitam-me
partilhar convosco as palavras de P. (Card.) Gianfranco Ravasi. Cada um de vós as entenderá e
assimilará como bem entender, mas creio que são palavras sábias e que vos podem
ajudar a olhar a vida dos vossos filhos ainda com mais atenção e amor,
inculcando-lhes valores que sejam ensinados mais com o exemplo do que com
palavras: “Os vossos filhos
não são vossos filhos. Eles não vêm de vós, mas através de vós, e não vos
pertencem, ainda que vivam juntos. Podeis amá-los, mas não constrangê-los aos
vossos pensamentos, porque eles têm os seus pensamentos. Podeis guardar os seus
corpos, mas não as suas almas: com efeito, elas habitam em casas futuras que
vós nem sequer em sonho podereis visitar. O poeta libanês Kahlil Gibran
(1883-1931) sabe muitas vezes exprimir de modo leve e vivido alguns sentimentos
radicais. É o caso destas linhas extraídas da sua obra mais conhecida, “O
profeta”. A pessoa nunca pode ser possuída, nem sequer no caso do filho. Toda a
criatura é sempre uma surpresa, fruto da infinita “fantasia” do Criador, ainda
que guardando dentro de si a marca fisiológica dos pais. Neste sentido, a
educação é, sim, importante, como o é a família. Todavia, o destino de um filho
nunca será o fruto puro e simples do contexto em que viveu, nem tampouco a ‘concretização’
dos sonhos e das expectativas dos pais.
Os pais,
por isso, comprometam-se com todas as forças para fazer brilhar valores e
capacidades dos seus filhos, mas estejam prontos – como Maria e José, ainda que
o seu caso tenha sido absolutamente irrepetível – a aceitar o caminho que tomarem,
diferente do esperado por eles. E se realizaram o seu dever de guias e
educadores, não se culpem angustiadamente perante o fracasso humano e
espiritual de um seu filho, conscientes da liberdade e responsabilidade última
de cada pessoa”.
Os
monges russos, têm uma imagem de Maria que remete para o aconchego: «dizem que
nos momentos de angústia espiritual, devemos andar debaixo do manto da Santa
Mãe de Deus e assim ela nos acolhe e nos protege e toma conta de nós».
É
por isso que também dizemos que a Igreja – da qual todos fazemos parte viva e
integrante - é ‘mãe’. E é da maternidade de Maria que nasce a «maternidade da
Igreja»: «A Mãe Maria e a mãe Igreja sabem acariciar os seus filhos, dão
ternura. Pensar a Igreja sem esta maternidade é pensar numa associação rígida,
uma associação sem calor humano, órfã». «A Igreja é mãe e recebe-nos a todos
nós como mãe; Maria mãe, a Igreja mãe», maternidade que se «exprime nas
atitudes de humildade, de acolhimento, de compreensão, de bondade, de perdão e
de ternura». É por isso que ela privilegia a catequese, o encontro com Cristo
na Eucaristia, os momentos de convívio e partilha, a oração!
O
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Papa Francisco – de quem certamente gostais
bastante - disse há poucas semanas, «onde há maternidade e vida, há vida, há
alegria, há paz, cresce-se em paz»; pelo contrário, quando falta a maternidade «apenas permanece a rigidez, a disciplina, e
não se sabe sorrir. Uma das coisas mais belas e humanas é sorrir a uma criança
e fazê-la sorrir». Neste Ano, ao qual o Santo Padre resolveu chamar
‘jubilar’ ou ‘Santo’, aproveitem – caros pais e familiares – para saborear até
ao máximo a beleza duma fé que tem uma ‘fonte’ – Deus – cheia de ternura e
misericórdia. Não se assustem com os fracassos, assustemo-nos sim quando não
tivermos a ‘sabedoria’ para os reconhecer e ‘dar a volta’, nem que para isso
seja útil e belo passar pela ‘porta santa
da misericórdia’. Ireis ouvir falar disto várias vezes e, com os vossos
filhos, podereis experimentar pessoalmente a profunda alegria de ser
instrumentos de vida nova.
N
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