Há bons anos atrás era feriado geral (em todos o país), hoje cerca de 31 concelhos mantém este dia como feriado Municipal.
Há convívios em muitos recantos e cantos verdejantes do país. Boa parte das escolas propõem um dia com e na natureza, com os famosos 'raminhos', compostos da várias flores (seriam espigas, mas elas não abundam em certos meios...) A pequena 'colheita' tem um espírito convivial e de reconhecimento dos dons que a natureza nos oferece!
Uma busca mais atenta até identifica o sentido desse 'ramo' nos seus vários componentes. Na verdade, às várias plantas que compõem o ramo da espiga era dado um significado e um valor simbólico, profano e religioso, que não diz mais que os nossos mais simples e naturais desejos:
Espiga – O pão que mata a fome e nos faz Livres;
Malmequer – O ouro e a prata, o dinheiro, que tantas vezes nos encandeiam;
Papoila – O Amor que é vida e nos faz SER Gente entre Gente, com Gente;
Oliveira – A luz que anuncia o DIA. Uma Boa Notícia de Esperança;
Videira – O vinho da Alegria e da Festa;
Alecrim – A Saúde, a Sabedoria, a Fortaleza do Espírito.
Malmequer – O ouro e a prata, o dinheiro, que tantas vezes nos encandeiam;
Papoila – O Amor que é vida e nos faz SER Gente entre Gente, com Gente;
Oliveira – A luz que anuncia o DIA. Uma Boa Notícia de Esperança;
Videira – O vinho da Alegria e da Festa;
Alecrim – A Saúde, a Sabedoria, a Fortaleza do Espírito.
Creio que hoje, boa parte das crianças e adultos que apresentam o raminho nem sabem este sentido, bem profundo!
A origem da tradição deste dia não é conhecida por todos. Até pode parecer estranha para muitos. É, entretanto, uma tradição bastante comum no Centro e Sul do país, tendo no Norte uma outra com a mesma origem, mas que se centrou no Maio ou na Maia, flor amarela ou branca que embeleza os ramos das giestas e perfuma os outeiros, em tempo primaveril. Nela se celebra a primavera e se consagra a natureza. É preciso ir ao passado muito remoto, aos usos muito comuns nas populações campestres que celebravam a deusa Flora, nos inícios da primavera. Os frutos das searas evidenciavam-se, sobretudo quando as papoilas e os malmequeres abriam pétalas e perfumavam os campos. Não era o tempo do relógio na mão, nem do telemóvel no bolso...
Daqui à dimensão espiritual vai um pequeno passo. Na verdade, nos tempos mais antigos (mesmo assim não muito antigos), neste dia faziam-se preces a Deus e procissões, as quais eram uma súplica e louvor pela dignidade e santificação do trabalho humano, pelos frutos da terra, pelo bom êxito das sementeiras. Chamavam-se a estas preces, as 'Rogações' (pedidos feitos a Deus).
Chamemos-lhe 'Dia da espiga, da Ascensão, das Rogações...' É sempre um dia com sentido e que não se deveria perder, naquilo que tem de essencial, o reconhecimento da 'natureza como belo dom, oferecido e não produzido por mãos humanas'.
Muito bem. Gratias *
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