«Obrigado, o Senhor é o rei!»
A
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Dirigi-me,
há alguns dias, à minha antiga escola de 2º e 3º ciclo. Tenho algum hábito em
fazê-lo, porque a minha querida mãe trabalha por lá e como tal é sempre normal
encontrar diversos jovens. Enquanto estacionava o carro do outro lado da rua
onde fica a escola, uma bola de futebol ficou debaixo do meu carro e,
prontamente, ofereci-me para chegar o carro mais à frente para que os dois
jovens pudessem tirar a bola que lhes pertencia. Ao verem o meu ato e ao
alegrarem-se pela recuperação da bola um deles solta a seguinte frase:
"Obrigado, o senhor é o Rei!". Há imensa coisa para se abordar nesta
frase. Desde logo, o facto de me chamarem senhor e acentuarem ainda mais a
minha nostalgia naquela visita que iria fazer à escola. E, com isto,
lembrarem-me ainda mais que os anos estão efetivamente a passar por mim mesmo
que tenha apenas 24 anos.
Um
outro aspeto é: "...o senhor é o Rei!". Já tinha ouvido esta
expressão imensas vezes e eu próprio às vezes pronuncio "Ei, és o Rei, ó
filho". Sim, típicas expressões nortenhas e até de gunada (ou de mitras),
mas naquele momento dirigi logo o meu pensamento para Ele. E pensava para
comigo: "Será que Te conhecem? E se sim, será que percebem que és mesmo o
Rei disto tudo?".
E
com isto pensava na alegria com que os jovens ficaram com um simples gesto
realizado por mim e nesse aprofundamento do pensar imaginava como eles mesmos
podiam ficar ainda mais alegres se conhecessem um Deus que foi e é Rei num amor
tão simples, mas que ao mesmo tempo é tão ilógico. Imaginava como eles reagiriam
ao saber que houve um Deus que foi e é Rei e que mesmo assim não quis que Lhe
servissem, mas que tinha como verdadeira obra servir. Imaginava como eles se
alegrariam ao saber que existe um Deus que sendo Rei prostrou-se diante de
todos e todas e não ousou alguma vez julgar. Imaginava como eles rejubilavam ao
saber da existência de um Deus que é Rei do amor e que por isso ama com
entranhas de mãe e está presente de braços abertos como um verdadeiro
Pai.
Naquele
momento percebi que realmente este Deus, que foi e é Rei, está em tudo e em
todos e no mais simples do nosso quotidiano. E que nós, muitas vezes
testemunhando este Seu amor, somos confundidos com Ele e, por isso, nos chamam
de Reis. Que tenhamos efetivamente presente esta realeza em nós, mas que não
caiamos na hipocrisia e saibamos ser "Reis" à imagem e semelhança de
Jesus Cristo. Saibamos servir sempre e nunca esperar que sejamos servidos!
Que
neste domingo ao dirigirmo-nos ao Senhor tenhamos a mesma audácia daquele jovem
e digamos cheios de alegria e confiança: "Obrigado, o Senhor é mesmo o
Rei...e o Filho também!".
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