DIA
MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
Na
mensagem que escreveu para o Dia Mundial das Comunicações Sociais – que se
celebra neste Domingo da Ascensão (13 de maio) –, sob o tema ‘«A verdade vos
tornará livres» (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz’, o Papa Francisco
refere “a dificuldade” que há em desvendar e erradicar as ‘fake news’, ou
notícias falsas, “devida também ao facto de as pessoas interagirem muitas vezes
dentro de ambientes digitais homogéneos e impermeáveis a perspectivas e
opiniões diferentes”. Explica Francisco que “esta lógica de desinformação tem
êxito, porque, em vez de haver um confronto sadio com outras fontes de
informação, corre-se o risco de se tornar atores involuntários na difusão de
opiniões tendenciosas e infundadas”. “O drama da desinformação – sublinha – é o
descrédito do outro, a sua representação como inimigo, chegando-se a uma
demonização que pode fomentar conflitos. Deste modo, as notícias falsas revelam
a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo
único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio. É a isto que
leva, em última análise, a falsidade”.
Este
Domingo inicia, também, a Semana da Vida e quis a Conferência Episcopal
Portuguesa, através da Comissão Episcopal Laicado e Família, que esta semana
fosse dedicada a um tema tão premente e que não vemos devidamente tratado quer
na opinião pública quer na comunicação social: ‘Eutanásia, o que está em
jogo?’.
Para
ajudar a esclarecer esta questão, a Conferência Episcopal publicou um folheto
que está a ser distribuído em todo o país e que, sobretudo, pretende sublinhar
que, “com a eutanásia e o suicídio assistido, não se elimina o
sofrimento, elimina-se a vida da pessoa que sofre. Tal como não se
elimina a pobreza eliminando a vida dos pobres”. Com todo o respeito por quem
sofre, é preciso ajudar a perceber que “a morte provocada não é resposta para
o sofrimento. O recurso à eutanásia e ao suicídio assistido é uma forma de
desistir de combater e aliviar o sofrimento”. Por outro lado, “com a
legalização da eutanásia e do suicídio assistido, o Estado afirma que a vida de
pessoas doentes e em sofrimento já não merece proteção, não é digna de ser
vivida. E isso não é aceitável”, manifesta o folheto. Em resposta àqueles
que poderão pensar naquilo que já não podem, ou não conseguem, fazer pela sua
fragilidade, é preciso tomar consciência de que “a dignidade de uma pessoa não
se mede pela sua utilidade para a sociedade, nem diminui com o sofrimento ou a
proximidade da morte. A dignidade da vida humana não depende de circunstâncias
externas e nunca se perde. A vida não pode ser concebida como um objeto de uso
privado. Não está de forma incondicional à disposição do seu proprietário
para a usar ou a deitar fora de acordo com o seu estado de espirito ou
determinada circunstância. Ninguém vive para si mesmo, como também ninguém
morre para si próprio. A vida tem uma referência social associada ao amor, à
responsabilidade, à interdependência e ao bem comum”. Por isso, recordemo-nos: Todos
temos que defender a vida humana! Porque a Vida não é ‘fake news’.
P.
Nuno Rosário Fernandes